Maria Isabel Oswald

 

Maria Isabel Oswald Monteiro, nasceu no Rio de Janeiro à Rua Piratiny 78, Tijuca, hoje Rua Carmela Dutra. Fez os estudos preparatórios no Colégio Notre Dame de Sion, em Petrópolis. Diplomou-se em piano e canto pelo Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro. Estudou órgão com o Maestro Furio Franceschini em São Paulo, inaugurando o grande órgão da Catedral de Petrópolis quando tinha 16 anos. Aperfeiçoou-se em canto e piano com Maximiliano Hellmann e Evandro Rosa. Participou de recitais e programas de canto na Rádio Ministério da Educação . Tem inédito um Método para Iniciação ao Piano, instrumento que lecionou durante alguns anos. Casou-se com o médico Mário de Mendonça Machado Monteiro e com ele teve quatro filhos.

Frequentou a Oficina de Gravura em Metal da Escolinha de Arte do Brasil, nas classes de Orlando DaSilva e Marília Rodrigues. Posteriormente estudou na Escola de Artes Visuais, modelo vivo com Isabela de Sá Pereira e gravura na Oficina dirigida por Isabel Pons e Ivone Canti. Fez um período de desenho com Abelardo Zaluar, no MAM. Trabalhou também gravura em metal com José de Souza e na Oficina do Sesc da Tijuca com Heloisa Pires Ferreira. Frequentou o ateliê de Sandro Donatello e técnica de pastel e pintura a óleo com Radomira Dimitrova. Participou de coletivas diversas, tendo trabalhos seus no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro e em coleções particulares.

Freqüentou por um período a Oficina de Poesia da OLAC (Oficina Literária de Afrânio Coutinho).

Manteve, de 1990 a 1997 um curso de Iniciação ao Desenho e Gravura em seu ateliê com a supervisão de Diô Vianna.

Rio de Janeiro, 1999.

“Eu, numa escada, com longos pincéis, estou absorvido na pintura. Em baixo, quatro ou cinco crianças estão caladas, também desenhando com velhos pincéis, no chão, que não era encerado, executando, uns melhores do que os outros, suas concepções infantis. De cima reparo que aqueles rabiscos destinados a desaparecer logo que sequem, indicam promessas de futuros artistas. E não me enganei.”

Carlos Oswald

(Do livro autobiográfico de Carlos Oswald, “Como me tornei pintor”)

“A Gravura só surgiu no meio do meu caminho. Lá longe, a música sempre presente, como o pão de cada dia. Primeiro, o piano; na adolescência, o canto e, unindo os dois, a poesia. Tentativas de composição, também, e hoje vejo que era tudo um pouco a mesma coisa. Desenhar uma linha melódica, enriquecê-la com acordes e acrescentar a letra, quase com a intenção de intensificar o que era preciso dizer. E o amor ao claro-escuro; piano – forte, lírico – dramático, superficial – profundo, todos os elementos visuais da gravura. Era necessário que eu chegasse a ela, por bem ou por mal, através todos os sacrifícios, para que eu me completasse como ser humano.

Sinto que, de certo modo, foi-me imposta por alguma força vinda de quando bem pequena – eu fazia traços com o pincel molhado na água, no velho ateliê de meu pai, traços que não chegaram a secar dentro de mim, e que, agora, na maturidade, me impelem a tentar com metal e ácido, afirmar as verdades que meu passado de música-poesia me revelaram.

Nesta série atual, eu me quis simbolizar no pássaro, para gritar a minha – que também é de todos – ânsia de liberdade interior. Quero que eles abram suas asas e voem para fora de si mesmos, livres das próprias prisões. Quero a beleza, ter direito à minha rosa, meu espaço; ser livre para aceitar e entender, encontrar o amor tão escondido, multiplicar-me em outros e ousados vôos, em buscas e aperfeiçoamentos e crescer no momento em que, totalmente despojada de todos os grilhões, eu possa por fim atingir a flor.”

Maria Isabel Oswald Monteiro

 

(Apresentação para a Exposição: “Gravura Carioca Hoje: dezeseis novos gravadores,” em novembro de 1978 no Museu Nacional de Belas Artes)

 

Maria Isabel Monteiro Oswald é filha de Carlos Oswald e neta de Henrique Oswald, por toda sua vida foi divulgadora da obra de seu pai e de seu avó,  por muitos anos foi guardiã do acervo familiar destes grandes artistas. Há vinte anos atrás, foi ela quem idealizou este site. Desde 2012, Bebé como era conhecida, deixa muitas saudades. Leia mais

Publicações:

Carlos Oswald (1882-1971): Pintor da Luz e dos Reflexo

Livro de Maria Isabel Oswald Monteiro. Editora Casa Jorge, RJ, 2000

Maria Isabel Oswald Monteiro. Além das Coisas. Poesias. Imprimatur, Rio de Janeiro, 2002