Álbum de recortes

O “Álbum de recortes” é composto de antigos recortes de jornais, reportagens, críticas, programas de concertos, cartas, entre outros, desde a década de 1890 até 1952, quando das celebrações do centenário de nascimento de Henrique Oswald. Alguns fragmentos de notícias, incompletas, fazem parte também deste Álbum, devido a sua importância histórica – como por exemplo a entrevista concedida pelo compositor ao “Correio da Manhã” no Supplemento Illustrado de domingo, 13 de maio de 1906, quando regressava de temporada na Europa – a exemplo dos cadernos culturais de hoje, (Caderno B, Segundo Caderno) – numa entrevista de três páginas (das quais, infelizmente, pouco sobrou). Oswald narra, sempre muito despretensiosamente, suas experiências em solo europeu, principalmente na Itália e França – seus concertos, triunfos, experiências e encontros com compositores como Gabriel Fauré ou Camille Saint-Saëns. Vale aqui citar Henrique Oswald em resposta ao repórter a respeito de como ele via o futuro da música no Brasil: É enorme. O Brasil tem diante de si um futuro deslumbrante. Raramente tenho encontrado na Europa talentos como os há aqui em tão grande abundância. O que nos falta porém é perseverança, força de vontade, para concluir os cursos. A maior parte dos nosso alunos estudam um instrumento e dedicam-se logo ao professorado, ou entram para alguma orquestra, deixando de completar o estudo de contraponto e da composição, tão imprescindível à carreira do músico. Quantos verdadeiros talentos já não temos perdido com este falso sistema. Falta-nos, além de tudo, um meio artístico apto a fomentar o desenvolvimento do gosto musical. Os “Institutos” servem apenas para ensinar a teoria e não para formar artistas; para isso é preciso viver “na arte”. (…)